“A vida é demasiado curta para ser pequena”

Oiço tantos podcasts nas minhas voltas matutinas por Monsanto que não sei a quem roubei a beleza desta frase. Dou para permuta outras, que talvez tenha debitado em textos francos sem a pretensão das grandes certezas.

Dou-me conta que vivemos entre realidades perversas e frases bonitas, que partilhamos a toda a hora para inspiração mutua. Mas são tantas, de tantos autores, e de tantos lados que mal somos tomados pela beleza de uma, somos logo albaroados pelo impacto de outra.

Ficamos assim, num estado de hiperexcitação, espevitados pela brevidade do momento.

A custo permitimos que nas golfadas de ar entre uma mão de borboletas, para fazer festim nas entranhas do pensamento. Mesmo as coisas boas precisam de ritmo, sob pena de nos afogarmos na incapacidade de respirar entre ondas de beleza e êxtase.

Não é só o que nos leva ao fundo que nos afoga, é a falta de colo que não damos as nossas emoções positivas. Falta-nos aquele rodopio tonto com o livro afagado entre o peito e as mãos. Falta o oxigénio que não damos ao sentido de tudo.

Escasseia na prontidão da resposta, a lentidão de nos emocionarmos devagar.