A vida dá-se a quem se dá à vida.

Amanhã faço anos, aliás, daqui a bocado, embora faltem ainda 24 horas factuais para eu nascer.
Por esta altura devíamos estar os dois em Amesterdão algures no red light district empanturrados num caleidoscópio espacial, a fazer amor numa alcatifa bafienta e a curtir a moca da mais alucinada digestão.
Quis eu, e o destino foi atrás, que eu viesse sozinha, juntar-me ao colectivo andante de uma mentoria, pelo trilho dos pescadores. A pensar na Dopamina da vida em vez de a fumar em jardas pré fabricadas para dores já conhecidas.
Tem sido tão oceânico como a promessa do outono que nos chega do mar. E Deus queira, talvez mais eu, do que ele, para efeitos transformadores, que eu possa incorporar as respostas que tenho encontrado para as perguntas que arrisco fazer.
Não tarda nada estou mais velha, com sorte menos estúpida e com conquista, mais senhora da minha alcatifa, seja na esteva da costa ou no sopé de Amesterdão.
E que o desapego proscrito da erva processada, se converta na honestidade cruel de uma tatuagem feita pelas minhas próprias mãos.