Foram dois anos
Às vezes, poucas ou tantas vezes, as vezes que o sossego permite, relembro a distopia dos últimos dois anos.
Aqui não se ouvem notícias, os javalis e os veados não querem saber dos desvarios da humanidade e os castanheiros, os eucaliptos e os sobreiros só querem vento sem fogo e água em movimento.
Aqui na serra, o mundo volta a parecer normal por uns dias.
Aqui no alto não há sobranceria ao olhar para baixo.
Há uma tranquilidade absurda que perdemos o jeito de abraçar.
Dois anos é tempo demais para quem não sabe o tempo que tem.
Aqui não se pede que corra tudo bem, nem há ousadia de pedir coisa alguma.
Se não correr já é sinal que vamos devagar. Por agora basta.
São só 2 minutos se faz favor.