NOVA IORQUE

 

| ONDE É | Nova Iorque, EUA.

| O QUE É | Turismo de cidade.

| QUANDO IR | Qualquer altura do ano (melhor época: maio-junho; setembro-outubro).

| QUANTO É | Aproximadamente 1500EUR / Pax (estadia s/ voos).

| O QUE LEVAR | Calçado confortável; roupa adequada à altura do ano (invernos muito frios e verões quentes).

 

” (…) Uma cidade que vai aos bolsos. Mas há outro sítio bom onde ela vai: à alma.”

 

Gastei mais (dinheiro) numa semana em Nova Iorque que em 25 dias na Índia. A comparação até pode ser óbvia, ou até não tão óbvia, mas se atendermos ao facto de que não pratiquei consumos, para além da ingestão de alimentos, entradas em museus e bebidas (vinho e o vinho é metal de ouro neste país), é uma cidade que vai aos bolsos. Mas depois há outro sítio bom onde ela vai, que é à alma. E isto não acontece em qualquer lugar.

Mesmo para os aficionados do Campo, os bucólicos, os contemplativos e os letárgicos a Grande maçã merece a trinca de uma visita. É como Paris, são cidades icónicas, mil vezes imortalizadas em literatura e filmes.

 

Esta viagem teve duplo recheio para mim, primeiro, porque fui lá celebrar os meus anos e segundo, mas tão mais primeiro, porque tive o privilégio de ser acolhida pela melhor dupla emigrada de NY, a Maria e o Diogo. Quando viajas com locais, vês a cidade de outra forma. A Maria é cozinheira e fotógrafa de comida, o Diogo é designer e fotógrafo, estava entre pares, dois convivas da imagem e do palato.

 

Antes de ir para lá, fiz um pedido especial à Maria, tinha terminado uma relação, não me sentia tão inteira e pedi-lhe que me acompanhasse por perto. Não tinha por intenção saltar do Empire State Building, nem de passear as minhas dores de coração pelas ruas de Brooklyn, mas com o tempo, vamos ganhando auto consciência e a maturidade produz milagres, quando se trata de verbalizar por “tu” as nossas dores. A Maria desenhou um programa para nós, deu-me a mão, a colher de pau, a sopa de rabo de boi e não me largou nem um dia.

 

Fiquei num hotel em Brooklyn chamado The Box House, podia recomendar, mas  julgo que na zona encontram outras opções em conta e qualidade (Em conta, mais ou menos, voltamos ao flagelo do dólar inflacionado à escala de um arranha céus e lembremo-nos que, pernoitar nesta cidade sai dispendioso). Gastei cerca de 1.400€ numa semana por um quarto com casa de banho e vista para o baldio.

 

Apesar de tudo o que me ficou na alma e o que sarei de coração compensou largamente a despesa. Regressei a rebolar, tão calórica quanto feliz, tão inspirada como uma criança na primeira visita à Disney. Foi investimento, puro digo eu.

Se tiverem amigos dos bons nas cidades que vão visitar, atirem-se a eles. Não há melhor guia que um habitante local, se ainda para mais for expatriado ainda melhor, porque mantém a chama acesa e vocês vão ver luzes na cidade, que de outra forma não vislumbrariam.

 

A Maria e o Diogo deviam fazer parte do pacote de qualquer visita. Porque foram o tempero absoluto da minha viagem. Arrancávamos do apartamento deles todas as manhãs com uma dose de bacon, e era lá que terminávamos quase todas as noites, em repastos de fazer descer os Deuses à terra em voo picado.

Não houve um momento chato, todas os dias percorremos quilómetros guiados pelo faro apurado de uma apaixonada. Quem é que não quer ser guiado por uma pessoa apaixonada? Foi tão fluido e tão perfeito, que por momentos senti-me parte daquela família: a Kika, a Maria, o Diogo e a Isabel. Dava por mim a abanar a cauda quando entrava no patamar.

 

Foi saúde, turismo, paixão, amizade atestado ao limite. O que eu ganhei nesta viagem, para além de uma saco enorme de gomas para o caminho, foi o carinho inexplicável de me sentir em casa, mesmo estando tão longe dos meus.

 

Aqui vai o nosso roteiro modesto, que só não conta nas entrelinhas, as conversas soltas, várias, simples, complexas e profundas, as paragens várias para fazer xixi, as gargalhadas, o copo de cartão que me servia de biberão, os abraços, as linhas de metro e a distância encurtada entre duas miúdas que se fizeram muita bem à vida.

Obrigada Maria e Diogo, continuo a abanar a cauda quando penso em vocês.

 

| DIA 1 |

De Greenpoint a Williamsburg a pé, pela Manhattan Avenue, McCarren Park, Bedford Av até à Williamsburg Bridge.

Williamsburg Bridge a pé até a Lower East Side: Soho, Chinatown.

 

 | DIA 2 |

East River Ferry de Greenpoint/India St para East 34St, paragem na Grand Central Station e passeio pelo Tudor City. Passeio a pé pela cidade até ao Central Park – alugar bicicleta.

Descemos a 5a avenida até à Broadway passeamos por ChinaTown.

 

| DIA 3 |

Começamos o passeio pelo Moma, depois Public Library, Bryant Park e subimos até Times Square. Rumamos a West Village onde passeamos durante algum tempo, paramos no Terra para almoçar e seguimos para Soho. Acabámos o dia a passear em Financial District .

 

| DIA 4 |

East River Ferry até Dumbo/Brooklyn Bridge Park. Fizemos a Brooklyn Bridge a pé e passeamos pela zona do WTC e 9/11. Parámos na Mystery Bookstore e subimos até Chelsea. Almoçamos King Crab no Chelsea Market e passeamos pelo High Line.

Depois, fomos a Madison Square Garden, a Harold Square, e Union Square Market onde vimos as pessoas jogar xadrez.

 

| DIA 5 |

Williamsburg a pé e passeio por Domino Park.

 

| DIA 6 |

Passeamos por Harlem a manhã toda, regressamos a Brooklyn para comer Vietnamita e passear por Bushwick na companhia do Diogo.

 

| FOOD & DRINKS |

Jantar/Almoçar: Kiki’s, 12 Chairs, Sunday in Brooklyn, Miss Favela, Flatiron, Eatily, Chelsea Market, Cocoron, The Butcher Daughters, Freeman’s, Kiki’s, Russ & Daughters.

Pequeno-almoço/Brunch: Bakeri, Cafe Mogador, Reunion, Lilias, Cafe Collette.

 

1 Comment
  • Fui a Nova Iorque em Agosto, em
    férias de famíliaa.
    Foi quase tudo diferente do que imaginei. Se há alturas em que o barulho pode ser muito perturbador, também é verdade que nos sentimos bastante seguros ( o que para mim foi uma surpresa).
    Adorei tudo mas, ao fim de uma semana, estava tão cansada que fiquei contente por regressar e fiquei a achar que não era a minha cidade.
    No entanto, algo de estranho aconteceu… Pouco tempo depois, comecei a sentir falta de voltar a ver as fotos e de acompanhar o que ali se passa. Hoje, sinto que lá vou voltar pois acho que me apaixonei por Nova Iorque sem saber.
    Acompanhei a sua viagem no Instagram e também já acompanhava a Maria e o Diogo e devo confessar que tem sido muito bom revisitar e descobrir novos sítios através das vossas
    lentes. Muito obrigada aos três pela partilha.

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