Porque lutamos e contra quem
Desde a revolução iraniana de 1979 que o líder supremo do irão é o chefe de estado (Aiatolá) , uma instituição não eleita que determina todas as políticas e acumula os poderes executivos, legislativos e judiciários.
Só o presidente é eleito por sufrágio e mesmo este, pode ser deposto pelo líder supremo bastando que o considere incompetente. Não existe a figura do primeiro ministro, que isto para controlar o melhor é concentrar.
A maioria do povo é xiita. E se não sabem a diferença entre xiita e sunita, eu explico rápido:
Tudo começou quando Maomé morre e não deixa sucessor (tinha para lá uma filha chamada Fátima, mas essa Nao entrava na equação, porque tinha o poder do pipi). A separação deu-se entre o melhor amigo de Maomé – Abu- ( Xiitas) e o genro – Ali – marido de Fátima) que levou com os Sunitas.
Os dois ramos partilham a fé no alcorao e nas palavras de Maomé mas divergem na interpretação da lei.
Há 1.600 milhões de muçulmanos no mundo e só 12% são xiitas. No irão 90% são xiitas.
Isto não quer dizer que os iranianos estejam de acordo com o poder acumulado do clero, impondo uma liderança que não separa a política da religião.
E o que é que acontece quando os dois poderes confluem? Uma grande merda.
Temos um estado teocratico, cujas as liberdades são balizadas pela Xaria ou Sharia – a lei islâmica. E interpretadas pelo líder religioso de cada país.
E não julguem que isto é uma cena lá de uma aldeia poeirenta perto de onde nasceu Jesus. É só o sistema legal religioso mais utilizado no mundo.
E quando ele aperta o torniquete nós já sabemos que as mulheres “essas putas” são as primeiras a apanhar. O bode expiatório de todos os males históricos, o grande útero contaminado e a maior fonte de torpor enganoso e de prazer.
E assim, nesta amálgama de crenças territoriais, califas e interpretações, de uma lei profetizada ao homem, por um Deus comum, que nos violam as filhas, as irmãs, as mães e os direitos.
Numa menstruação homicida, tão sacra, quanto impura, que deu lhes deu à vida, o direito impune de nos matarem.