MOINHOS DE OVIL

| Onde é | Baião (Douro)
| O que é | 2 moinhos recuperadas junto ao rio)
| Quanto é | 1 noite – €245 p/ casal; 2 ou mais noites – €200 p/ casal  (aluguer de toda a quinta)
| O que comer | O pequeno-almoço caseiro está incluído.  Cozinhar ou encomendar as outras refeições.

 

“É nos detalhes que a alma das coisas se revela.”

 

 

Descobri os moinhos quando fui convidada para fotografar um editorial de noivas aqui no Douro. Mas apanhei um dilúvio tão grande que pouco vi do que prometia e regressei nessa mesma tarde a Lisboa. Mas não esqueci a Eduarda. E a sua simpatia prometia um reencontro. Regressei com as miúdas, na promessa de levar do Douro um coração coeso e uma memória rica.

Demorámos cerca de 3 horas a chegar (de Lisboa), e quando finalmente virámos para Marco de Canaveses, percebemos nas manchas carbonizadas da paisagem a dor dos últimos incêndios. Mas o verde volta a ganhar contraste à medida que nos aproximamos de Ovil. Depois…depois foi entrar num sonho.

Um antigo moinho convertido numa casa caiada de bom gosto, num labirinto de rios e pedras, num cem número de socalcos decorados com magia. As loiras entraram, (“invadiram” seria o verbo correcto) e exploraram o espaço, preparado com o carinho, de quem sabe receber com mimo, quem chega e vem por bem.

Todos os cantos são desenhados e integrados na paisagem como se a mão do homem fosse apenas um condão. A Eduarda recebeu-nos com uma mesa farta e não havia na casa, um pormenor que fosse, que não fosse pensado para nós. Foi amor à primeira vista, e hoje já é terça e continuamos apaixonadas. Como aquele livro que relemos o penúltimo capitulo vezes sem conta, para adiar o fim. E assim faremos, enquanto estivermos aqui, presas no mais doce dos penúltimos capítulos.

É assim que o pequeno se faz grande.

É nos detalhes que a alma das coisas se revela. É naquele sussurro na orelha ao acordar, é nos pés que se encaixam nas madrugadas frias, é na tábua de madeira pintada à mão, é no caminho feito de pedras que só pediam uma ordem, é no respeito do que já era bom, é no acarinhar do que já se tem de belo, é na construção humilde sob um pano de fundo trabalhado pela natureza, é no detalhe que dá brilho sem ofuscar, no machado que repousa sem partir, na tábua que se entorta no uso dos cotovelos, é na cabeça baixa que contorna a videira. É na alma grande, de quem acrescenta pequeninas coisas, sem a ambição das coisas maiores.

E são estes sítios, com essas pessoas, nesses detalhes pequeninos, que descubro as coisas grandes em mim. Os Moinhos de Ovil têm essa magia, esse toque de pó de fada, esse brilho. E nós voltamos de lá mais PAN´s que Peter, deixámos os ganchos na corrente do rio e chegamos a Lisboa com a certeza que ainda temos alma de meninos perdidos. E que voltaremos, as vezes que forem precisas, para nunca nos chegarmos a encontrar.

Só porque a graça da magia, dizem as fadas mais sábias…está no brilho da procura eterna.

 

 

Obrigatório por o pé:

  • Visitar o moleiro, Sr. Alfredo que ainda faz pão aos 91 anos
  • Dar um passeio de Barco no Douro na companhia do capitão António no DOURO À VELA | info@douro-a-vela.ptwww.douro-a-vela.pt
  • Descer até à Régua ladeando a estrada ao longo do Douro
  • Ir visitar a estação de Mosteirô e quem sabe apanhar um comboio e regressar umas horas depois
  • Mandar vir os cestos de comida do Restaurante Alpendre e desfrutá-los n quentinho da casa no Inverno ou na varanda no verão
  • No rio e mergulhar no meio dos alfaiates
  • Assar marshmallows na fogueira